Tão importante quanto fazer contas e estudos sobre espaços e materiais, conhecer o público do estabelecimento é fundamental para garantir o bem-estar de quem viverá ou trabalhará ali. Além de conhecer essas pessoas, estudar a história e a tradição do espaço são alguns dos primeiros passos para o início de um trabalho de arquitetura.

Antes de começar qualquer projeto, eu desenho uma estratégia de persona para que o resultado da obra seja satisfatório em todos os sentidos: para quem me contrata, para quem integra o time de colaboradores e também dos consumidores finais. No artigo de hoje, contarei um pouco sobre a importância dos estudos preliminares de público e como eles fazem parte de qualquer processo criativo.
Primeiro passo: se colocar no lugar do consumidor
Quando eu falo que a empatia faz parte de todo o meu processo, não é pra menos: eu realmente tento me colocar no lugar de cada pessoa que viverá naquele ambiente. Por exemplo: se estamos trabalhando no projeto de uma cantina italiana, eu vou tentar enxergar o local como um cliente, como quem trabalha ali, como o chef e como o proprietário. Para fazer isso, eu monto um moodboard onde reúno diversas inspirações, da parte estética ao comportamental. O cliente de uma cantina tradicional italiana, por exemplo, provavelmente tem grandes influências da cultura em seus interesses e procura por um lugar que remeta conforto e acolhimento. Sendo assim, eu não proporia o estilo industrial em uma cantina italiana que tem a cultura como um de seus pilares. Dessa forma, conseguimos enxergar muito além do projeto entregar muito mais que um ambiente.

Segundo passo: definir personas
A estratégia de persona é muito importante no marketing, mas nem sempre ela é usada na arquitetura. Se você nunca ouviu falar do termo, eu vou te explicar. Persona nada mais é que o cliente fictício que comprará o seu produto – ou, no nosso caso, frequentará o nosso ambiente. Cruzando dados e informações reais, cedidas pelo contratante, consigo elaborar o que seria o “cliente ideal” e, assim, trabalhar em um ambiente que faça sentido para essa pessoa. Muitas pessoas confundem a persona com público-alvo, mas enquanto o público-alvo é mais exato, a persona nos permite ser desenhar perfis que façam sentido para o empreendimento e que converse com a cultura do local.
Terceiro passo: mãos à obra
É só depois desse estudo preliminar de público que começamos com a obra. Depois de entender exatamente quem frequentará o local, eu consigo entender os materiais, as disposições e o que será realmente importante para aquele projeto. Acredito que é com estudo, conversas e com sensibilidade que grandes ideias saem do papel, então, esse estudo preliminar de público é fundamental nos meus trabalhos. Acredito que arquitetura é sensorial, já que é na escolha de materiais que eu consigo levar lembranças e transportar pessoas para diferentes épocas da sua vida. E ainda dizem que os teletransportes não foram inventados, não é?

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